Como se divertir com tração dianteira

24 jan

FWD

Eu estudei a vida toda em escola pública, na época de primário e ginásio eram daquelas escolas de periferia, meio toscas mesmo. E lá não havia atividade que não fosse aula, era aula e recreio, só isso. Portanto hora do recreio não era hora de comer, era de brincar, pega pega, polícia e ladrão, ou o preferido, futebol. Só que diferente das outras coisas futebol precisa de um elemento para jogar, a bola, e em geral a escola não permitia que levasse. Mas aí você acha que aquele bando de moleque retardado de 2ª ou 3ª série vai deixar de jogar bola só porque não tem uma bola? Que nada, a vontade de curtir e a criatividade criam soluções incríveis. Nessa hora qualquer coisa vira bola, um saco cheio de lixo, a mochila daquele colega que todo mundo zoa, ou um dos mais tradicionais, uma embalagem de todinho. Mas cara, pensa, embalagem de todinho não tem nada a ver com uma bola, bola é redonda, todinho é quadrado, mas ainda assim, a molecada se divertia, tirava mó onda, quem olhava de fora nem perceberia a diferença na alegria e curtição quando comparado com uma situação em que houvesse uma bola de verdade. Moral da história, mesmo que não seja o ideal, se você só tem aquilo, passa a ser o melhor que você tem, então esquece que poderia ser diferente e curta daquela forma. Mas veja bem: se aquela molecada está lá curtindo com o todinho e de repente chega alguém com uma bola de verdade, não tenha dúvidas, não interessa se o maluquinho estava lá pra bicar pro gol sem goleiro, vai largar na hora o todinho e partir pra bola! Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, uma vez que há uma bola qualquer outra coisa vira lixo.

Agora você me pergunta, o que isso tem a ver com carros? Isso pra mim é uma analogia perfeita com carros de tração dianteira! Quem não concorda sinto muito, pode me xingar a vontade, vai falar o que quiser, mas pra mim FWD serve pra levar a mãe na feira, pra dar pra mulher ir no cabelereiro, definitivamente não foi concebido para trazer diversão a quem dirige. E pode ser o que for, mesmo essas banheiras asiáticas cheias dos mognos no painel, eletrônica pra tudo que é canto, cheia das firulas e eventualmente até mais do que meros 4 cilindros bundões, continua sendo um FWD, ou seja, um mero meio de transporte, uma simples condução. Não tem jeito, não tem tesão. O FWD está para o RWD assim como o todinho está para a bola, um é quadrado, outro é redondo, quando o que você precisa é algo que role!

Eu particularmente nunca comprei um carro com tração dianteira, e pra não dizer que não há nenhum FWD em casa, no meio da frota aqui ainda há um remanescente que era da minha mina desde a época de solteira, um Uninho Fire. Mas é lógico que ao longo de toda a minha vida como motorista os FWD sempre estiveram presentes. Meus pais, como pessoas normais, tiveram a maioria dos seus carros FWD, e por muitos anos, mesmo na época que eu já tinha meu próprio RWD caindo aos pedaços, continuava usando os FWD da família porque era o que tinha de viável.

Pois bem, se o que tem é isso, então é o melhor que tem, esquece que eu poderia ter um RWD modelo X, Y ou Z na minha mão naquele momento e vamos tratar de tentar tirar algum prazer da condução daquela titiquinha de plástico com tração dianteira. Só que aí tem uma coisa interessante, por mais que RWD ou AWD sejam muito mais legais, são mundos distintos do FWD, o que significa que há coisas que o FWD faz que os outros não fazem! Aha, aí é que está a sacada! Vamos explorar e tirar uma onda no FWD com aquilo que só dá pra fazer com ele!

Uma das principais diferenças é que, ao contrário do RWD em que as rodas do eixo trativo não esterçam e consequentemente só imprimem tração no sentido longitudinal do carro, no FWD você consegue apontar a tração para a direção que você quer seguir. Ou seja, você usa a tração para te puxar para o centro da curva, o que eventualmente pode te dar mais cornering force. Outra coisa interessante é o uso do freio de mão, como a tração está na dianteira ela não disputa com ele, é possível chamar a alavanca com força e continuar a mesma tocada que você estava na tração, sem briga entre os sistemas. Eventualmente até mesmo o freio normal do carro consegue criar esse efeito, ele freia nas quatro, só que na dianteira o freio disputa com a tração e não consegue travar, na traseira como ele está agindo sozinho então consegue, ou pelo menos ficar na eminência de.

Tá certo que há mais alguns detalhes aí no meio, mas de maneira geral se você soma essas duas coisas consegue um resultado muito parecido com o que vemos nos campeonatos de rally, o cara fazendo a curva de lado e com eficiência. Agora por favor, não vá confundir as coisas! Um tuningueiro de carteirinha já diria “ah, você quer fazer drift”. A resposta é não! Apesar do visual para quem não conhece ser muito parecido entre uma coisa e outra, na prática são objetivos totalmente diferentes. Aquilo que os manos faziam em Tokio no F&F3 é coisa teatral, mera apresentação, aquilo na prática, tirando raras exceções, não serve pra nada a não ser gastar pneu e fazer a curva mais devagar do que faria se as quatro rodas estivesse gruadadas no chão. Tecnicamente falando, aquela escorregada piora, e muito, a capacidade de fazer curva do carro. Já o que os caras fazem em rally é o contrário, o cara quer fazer curva o mais rápido possível, ele está correndo contra o cronômetro. Então você acha que o cara está preocupado se aquela curva vai sair bonita na televisão? Que nada, se subesterço fizesse o carro fazer a curva mais rápido seria isso que ele faria, por mais feio que seja ver o carro escorregando a frente. Mas felizmente, para o deleite dos espectadores, a maneira mais rápida de fazer a curva é daquele jeito, com aquele visual incrível dos carros escorregando com as quatro, sempre a traseira parecendo querer ultrapassar a dianteira e o piloto afundando a bota para não deixar.

Só que também seria um ledo engano achar que nossas tranqueirinhas modernas de plástico FWD vão se comportar como os hatchzinhos do WRC se comportam. Por mais que a estrutura da caranga do mano seja a mesma do carro de passeio, por exemplo, um Fiesta, o resto é totalmente diferente, outro mundo, o carro é calibrado pra andar daquele jeito. Já nossos FWD do dia a dia tem um defeito terrível, só que proposital: são calibrados, eventualmente até mesmo muito piorados na sua capacidade de fazer curva, para que tenham uma característica totalmente subesterçante. Isso por questão única de segurança, pensando que 99% dos condutores serão motoristas comuns, com reações comuns de um ser humano normal. Pense você, está lá numa estradinha meio sinistra, escorregadia, você está lá fazendo uma curva meio fechada, acelerando, e de repente por algum motivo qualquer seu carro escapa a traseira, qual a sua reação? Tem um monte de lontra aí que ainda me mete o pé no freio, aí embuceta tudo de vez. Alguém um pouco mais contido iria aliviar todos os comandos de pé, sem acelerador, sem freio, e se ainda tiver um instinto um pouquinho mais apurado vai tentar uma correção no volante, contra esterçando. Mas a solução ideal ainda não é essa, você quer fazer a traseira voltar pra linha, soca o pé no acelerador. Isso mesmo, pensa uma coisa, se a traseira já jogou, fazendo um pêndulo sobre a dianteira, hora que você tirar o pé do acelerador você está segurando ainda mais a dianteira, enquanto a traseira está solta, você então está provocando ainda mais o pêndulo. Se você acelera, a dianteira vai puxar o carro, se ainda estiver em tempo e seu motor tiver fôlego pra fazer a dianteira ganhar a disputa, a traseira vai voltar. Só que vai falar para uma pessoa comum fazer isso, “olha, se seu carro ameaçar rodar, você acelera o máximo que conseguir, viu!”. É contra os instintos, mesmo quem é treinado, e faz isso de propósito na situação controlada, se pegar uma situação inesperada ainda corre o risco de se atrapalhar nos pedais.

E é por isso então que carros de passeio FWD para meros mortais são extremamente subesterçantes, pra não deixar acontecer em hipótese alguma o carro escapar a traseira, pois se escapar certamente o condutor não a fará voltar. Isso é uma coisa muito mais legal nos RWD, lá é o contrário, se a traseira escapou você tira o pé do acelerador que dá freio motor, é o melhor esquema, segura sem travar, e como a dianteira está solta você cria aquele mesmo efeito de “esticar” o carro, a dianteira ganha da traseira e essa última se alinha de novo. Nesse aspecto você vê que o tração traseira não precisa ser piorado, pelo menos não tanto quando o FWD, não é necessário criar na marra essa característica subesterçante, e o carro oferece uma condução muito mais neutra, muito mais prazeroso de guiar.

Mas voltando à diversão, que é o propósito desse texto, qual a maracutaia no FWD então? Por causa dessa patifaria toda de deixa-lo muito subesterçante pense que você terá bastante trabalho para fazê-lo sair de traseira em uma curva comum, com pavimentação em condições normais. Não é só entrar forte na curva, fazendo isso você só vai ver a dianteira querendo sair pela tangente desobedecendo totalmente seu comando de volante, mas a traseira continuará lá firme e forte bem grudada no chão. Certamente você terá que usar de recursos, aí você tem algumas opções. Uma que eu acho mais interessante é fazer o pêndulo, que aí nem usa freio e possivelmente deixa de perder alguma fração de segundos. A curva é pra esquerda, manda a caranga um teco pra direita, meio na violência mesmo, e imediatamente em seguida na entrada da curva devolve com vontade, mais violência ainda, com aquela gingada a traseira vai descolar. Veja o exemplo nesse primeiro vídeo abaixo.

ATENÇÃO: considerações antes de ver os vídeos:

1- não sou piloto

2- tive muito pouco tempo no ambiente controlado para fazer os vídeos, foi tudo praticamente one shot

3- faz mais de uma década que eu não ando de carro tração dianteira regularmente

Portanto, se você é metido a piloto e achar que “ah, nem saiu muito bom”, “nem está tão eficiente assim”, “dá pra fazer melhor do que isso”, ou coisas do gênero, sim, você tem toda a razão, dá pra fazer melhor, mas foi o que deu.

Outra opção que também é legal, porque envolve movimentos atípicos nos comandos de pé, é entrar na curva freando e acelerando ao mesmo tempo. Com a tração a dianteira não vai escorregar, mas a traseira que está só no freio vai querer começar a travar, aí a hora que entrar na curva e somar a cornering force o pneu não vai aguentar e vai perder atrito, aí a traseira escapa. Mas se você tentar isso no seu carro e não acontecer como esperado, não venha me xingar. Primeiro que nos carros de passeio tradicionais outra coisa bem piorada é o balanço de freio, tira-se muito da capacidade do freio traseiro pelo mesmo motivo, não deixar a traseira travar primeiro que a dianteira e correr o risco de rodar. A outra coisa é que a potência de um sistema de freio é bem maior que a potência do motor, se considerar ainda que a grande maioria dos cacarecos nacionais são 1 ponto nada, pode ser que seu motor não tenha fôlego pra ganhar do freio. Ou seja, pra isso funcionar você tem que ter um motor forte e seu freio traseiro funcionar bem, senão não escapa mesmo! “Ah, quer dizer então que se eu tiver um Astra Hatch, 2.0 com freio a disco na traseira eu consigo fácil?” Mano, não se empolgue! Não adianta ter a ferramenta certa na mão se o peão não tem talento pra usar. Ter o carro certo não é o maior dos seus problemas. “Borra, então qual é?” Partindo do princípio que o objetivo é ser rápido, bater o cronômetro, você já vem desde lá de trás babando na reta acelerando até o último centímetro, pra em seguida, em uma mínima fração de segundo, você trocar aquela força toda do pé direito que estava no acelerador para o freio, porque agora você vai precisar fritá-lo pra chegar à entrada da curva na velocidade correta. Obviamente se aproveitando também do freio motor, passando marcha pra baixo jogando o giro lá em cima, e para isso fazendo o punta-tacco, que é cutucar o acelerador com o cantinho do pé enquanto o mesmo afunda o freio. Não sabe o que é o punta-tacco, ou nunca o fez?

Amigão, isso é o de menos, isso é o básico, aula beginner em relação ao que vem em seguida. Por quê? Porque brother, lembra que na hora que você estiver na curva você terá que frear e acelerar ao mesmo tempo? Então te digo, mesmo que você manje do punta-tacco, não é ele que irá te servir nessa hora. Você vai ter que esquecer a embreagem e usar o pé esquerdo para frear, assim você consegue ir dosando, calibrando com precisão a carga que você aplicará em cada um deles ao longo das variações de reação da caranga ao longo da curva. Tem até quem venha lá de longe na reta já freando com a esquerda, esquece a embreagem, e vem mandando as reduzidas no tempo, eu até acho charmoso fazer isso, mas minha preferência é mesmo vir freando com a direita, no tradicional, reduzindo com auxilio do punta-tacco, e na entrada da curva trocar os pés, o direito deixa o freio e fica só com o acelerador e o esquerdo esquece a embreagem e fica só com o freio. “Putz, xudeu, olha o tamanho do parágrafo que o mano escreve pra explicar e eu ainda não consegui pintar a figura na minha mente de como exatamente funcionaria.” Então bro, faz assim, se você nunca freou com o esquerdo, começa brincando na manha, numa rua vazia, em velocidade reduzida, e preferencialmente sem carona, porque por mais que você acerte o primeiro, o segundo, na hora que passar o mosquito na sua frente você vai esquecer que o esquerdo está no freio e pisar como se fosse a embreagem, se o carona estiver sem cinto corre o risco de ganhar uma consulta com o odontologista protético. Mano, depois que você dá uma dessas que você percebe o quão diferente é a força que você imprime na embreagem em relação ao que faz com o freio no normal do dia a dia.

Mas seguindo adiante, se isso tudo não rolar, não há algo mais prático, mais fácil que possa ser usado pelo menos de início pra tirar uma onda? “In fact, the only way I can enjoy myself and put a smile in my face, is to use a few little tricks, like uhh… like the handbrake… Don’t tell Audi though!” (Tiff Needell, Top Gear – Audi RS4). Yes man, the handbrake, o tal do freio de mão! Cara, sob ponto de vista de eficiência teórica ele pode até se mostrar como um inimigo do cronômetro, mas na prática em algumas situações é a única salvação pra você conseguir apontar o carro pra onde você quer que ele vá, e não pra onde ele quer ir. Uma cutucada simples na entrada da curva é o suficiente, já desprega as rodas traseiras do chão e o carro começa a virar, pronto, você conseguiu o que queria, está agora olhando pra frente e enxergando do barrando do lado de dentro da curva.

Mas e aí, e agora, a traseira se foi, é isso? Mano, agora é que vem a pegada cabulosa! Depois que a traseira sair esteja preparado, você é quem vai ter que segurar. E te digo, considerando toda essa sacanagem dos FWD originais que citei acima, a margem é pequena! Demorou, ou foi muito leve no pé direito, o bicho vai rodar de vez e você vai poder olhar diretamente nos olhos do brother que vinha te seguindo, sem virar a cabeça. É isso mesmo, o carro calibrado desse jeito fica 8 ou 80, dá um trampo docarái pra fazer ele sair, mas depois que saiu o suficiente dá dois trampo docarái segurar ele andando de lado.

Agora a dica, seja lá qual o método acima que você vai usar, se for tentar faça isso em algum lugar controlado, vai lá na fazenda do seu vô cheia de plantação de cana dos lados, se der mierda não xode a caranga, no máximo você vai tombar o suficiente pra fazer uma garapa pra família toda. Mas cara, te digo, depois que você pega a manha, o barato fica divertido! Quando o negócio começa a ficar pró você nem fica mais variando o controle, o golpe inicial é preciso, joga a traseira exatamente lá onde você precisa, a curva você faz inteira de pé no fundo – cara, pé no fundo mesmo, uma delícia fazer curva assim!!! – e você vê o corpo do carro se esparramando por toda a extensão ideal que você queria do trajeto. Do golpe a dianteira aponta pro centro da curva e a traseira vai lá embora, à medida que vai chegando ao meio da curva a frente vai se aproximando do barranco / calçada / cerca, seja lá o que for. Mais lindo ainda se o para-choques dianteiro passar lambendo qualquer um desses, se for calçada então, quem tá de fora vê a frente passando por cima!

Passou o meio da curva, aquela tensão de ver o carro esparramando pra tangente, você sabendo que o barranco de fora está chegando mas continua de olhar fixo onde você quer que o carro vá, a reta da saída da curva, até que chegando perto você sente que já não precisa mais da tração pra puxar o carro pra dentro, começa a alinhar o volante pra aprumar o carro retinho pra reta, e nisso vai voltando aquele equilíbrio e tanto dianteira quando traseira chegam exatamente juntos no lado de fora da curva, a milímetros de tocar o barranco / calçada / cerca ou o que for, só que daí pra frente é só reta, e você já está de pé direito no fundo, motor cheio, carro pregado nas quatro e apontando perfeitamente pra onde você deseja. Cara, que tesão! Quando você finalmente consegue fazer uma dessas sai com aquele sorriso igual do Coringa, de orelha a orelha! Seu brother no banco do carona também, mas pode ter certeza que enquanto você olhava fixo pra sua meta, que é a reta depois da curva, ele estava vendo é o barranco / cerca  / calçada se aproximando de um lado, e depois do outro, e o extremo oposto do sistema do corpo do qual a boca faz parte estava contraído inversamente proporcional ao relax do sorriso que ele dá depois lá na reta.

Aí você começa a falar disso com uns brothers que também são da área, fazer umas brincadeiras, e vem uns entendidos, uns babacas aí desses que dão cursinhos teóricos de pilotagem, que vão dizer que:

“não, imagina, você não pode deixar o carro escorregar, o atrito dinâmico é sempre menor que o atrito estático, bla bla bla, pra você fazer a curva mais rápido tem que estar com as quatro rodas firmes, bla bla bla…”.

Bullshit!!!

Quer dizer que os manos do WRC só fazem aquilo pra sair bonito na TV, depois eles combinam quem vai ganhar? Mano, se escorregar fosse ruim os carros de rally não teriam uma alavanca de freio de mão na altura do ombro do mano! Ari Vatanen não virava filme! Tiff Needell não passaria episódios e episódios xingando os carros originais de “understeering, understeering” e fazendo mutretagem pro bicho despregar a traseira! É útil sim, é necessário, tem horas que você precisa sacrificar uma fração de segundo sua cornering force pra colocar o carro no prumo, apontando ele naquele ângulo em que VOCÊ tem o controle total da situação, e continuar daí usando fundamentalmente o acelerador. Mas lógico, tudo tem seu momento, cada situação tem sua receita. No asfalto você não vê os manos do WRC despregando tanto, só nos U-turn, porque naquela situação é sim mais interessante daquela forma. Mas não pense que isso se resume apenas a uma questão de terra ou asfalto, veja as categorias baixas do turismo que vai ver as porcariazinhas FWD de plástico andando tudo de lado na curva. E mesmo situações em que o usual é fazer pregado, não significa que uma leve escorregadinha não traria algum ganho, mas por outros fatores, por exemplo poupar pneus, acaba se evitando. Edgar de Mello Filho também diria isso, ao varar o Bico de Pato ao contrário no banco do carona do “chefia”.

Enfim, essa é a parada. Você pode até estar jogando com a bola quadrada, cobiçando seu vizinho que tem a bola redonda, mas não se deixe desanimar, seja criativo, seja ousado, aprenda e use o recurso que você tem na mão, te garanto que você será muito feliz. Eu já fui, adorei ter feito isso, mesmo sendo depreciador dos FWD. Como dizem por aí, o que seria do preto se não existisse o branco, não tem como apreciar algo com convicção se você nunca experimentou a outra opção. E minha convicção é essa, carros com tração dianteira definitivamente não foram feitos para dar diversão ao condutor, só não significa que você não possa improvisar. Mas ainda assim, não há substituto, me surja com um RWD ou AWD que eu vou fazer igual ao pirralho bicando o todinho pro gol, largo na hora o FWD e vou correndo pegar os outros!

Filmado com GoPobre®:

AB

CD

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